A vinte e um anos atrás eu
pintei minha cara e fui para as ruas achando que estava exercendo meu direito
de cidadão há tão pouco tempo conquistado pela constituição. Na época tinha
somente 12 anos de idade, mas fui. Não entendia muito bem o estava acontecendo,
mas achava que era melhor estar na passeata que na escola. O povo na rua fez o
presidente Collor renunciar.
O tempo passou, o povo
votou, o Collor voltou. P.C.Farias morreu, ninguém pagou e o processo acabou. E
aí amigos? O que mudou?
Algo que aprendi em todo
esse tempo é que o povo não vai pra rua sozinho, nem por vontade própria. O
povo vai na onda. Em todos esses protestos existem vínculos partidários
financiando uma falsa demagogia, uma pseudo ideologia e um real vandalismo.
O que o povo ainda não
entendeu é que o verdadeiro valor da democracia não está na liberdade de
expressão e sim na liberdade de escolha. Somos livres para expressar nossas
escolhas no voto. É o momento mais valioso da democracia: escolher quem nos
representará e governará sobre nós, administrará nosso dinheiro, garantirá
nossos direitos, ampliará nossos benefícios, durante quatro anos!
Este é o verdadeiro
exercício da cidadania, a representatividade.
A hora de protestar é na
eleição. O lugar do protesto é na urna. Voto de protesto não pode ser votando
em palhaços, analfabetos ou em cabras e jumentos. Voto de protesto é não reeleger
quem administrou mal, quem não cumpriu a lei, quem se corrompeu, quem governou
pra si mesmo.
Outra coisa que me
impressiona nesta hora é ver instituições como a OAB colocando milhares de
advogados a disposição de vândalos que estão sendo presos nestas passeatas para
garantir o seu direito à liberdade, cerceado pelo Estado. Porque então eles não
colocam esses mesmos advogados à disposição dos pacientes que estão morrendo na
fila de hospitais públicos para que garantam uma vaga em um hospital
particular, pago pelo Estado? Afinal, dos direitos fundamentais qual é o
principal, a liberdade ou a VIDA?
Demagogia, ideologia?
Utopia!
Creio que o melhor agora não
é mais irmos para as ruas e sim para as Assembléias Legislativas, Câmeras de
Vereadores, Congresso Nacional e fiscalizarmos na fonte o que tem sido feito
pelos nossos “representantes” e nas urnas mudarmos essa história. Não adianta
quebrar tudo agora e acabar quebrando a cara na próxima eleição.
Cleiber Levy –
Bacharel em Segurança Pública
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