quarta-feira, 19 de junho de 2013

O POVO, A DEMOCRACIA E O PODER

A vinte e um anos atrás eu pintei minha cara e fui para as ruas achando que estava exercendo meu direito de cidadão há tão pouco tempo conquistado pela constituição. Na época tinha somente 12 anos de idade, mas fui. Não entendia muito bem o estava acontecendo, mas achava que era melhor estar na passeata que na escola. O povo na rua fez o presidente Collor renunciar.
O tempo passou, o povo votou, o Collor voltou. P.C.Farias morreu, ninguém pagou e o processo acabou. E aí amigos? O que mudou?
Algo que aprendi em todo esse tempo é que o povo não vai pra rua sozinho, nem por vontade própria. O povo vai na onda. Em todos esses protestos existem vínculos partidários financiando uma falsa demagogia, uma pseudo ideologia e um real vandalismo.
O que o povo ainda não entendeu é que o verdadeiro valor da democracia não está na liberdade de expressão e sim na liberdade de escolha. Somos livres para expressar nossas escolhas no voto. É o momento mais valioso da democracia: escolher quem nos representará e governará sobre nós, administrará nosso dinheiro, garantirá nossos direitos, ampliará nossos benefícios, durante quatro anos!
Este é o verdadeiro exercício da cidadania, a representatividade.
A hora de protestar é na eleição. O lugar do protesto é na urna. Voto de protesto não pode ser votando em palhaços, analfabetos ou em cabras e jumentos. Voto de protesto é não reeleger quem administrou mal, quem não cumpriu a lei, quem se corrompeu, quem governou pra si mesmo.
Outra coisa que me impressiona nesta hora é ver instituições como a OAB colocando milhares de advogados a disposição de vândalos que estão sendo presos nestas passeatas para garantir o seu direito à liberdade, cerceado pelo Estado. Porque então eles não colocam esses mesmos advogados à disposição dos pacientes que estão morrendo na fila de hospitais públicos para que garantam uma vaga em um hospital particular, pago pelo Estado? Afinal, dos direitos fundamentais qual é o principal, a liberdade ou a VIDA?
Demagogia, ideologia? Utopia!
Creio que o melhor agora não é mais irmos para as ruas e sim para as Assembléias Legislativas, Câmeras de Vereadores, Congresso Nacional e fiscalizarmos na fonte o que tem sido feito pelos nossos “representantes” e nas urnas mudarmos essa história. Não adianta quebrar tudo agora e acabar quebrando a cara na próxima eleição.

Cleiber Levy – Bacharel em Segurança Pública

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